quinta-feira, 14 de maio de 2015

CARTA DE ALFORRIA

Você ainda se lembra da tal carta de alforria?
Aquela que Castro Alves a vida inteira queria
Aquela carta era falsa, nela nada era verdade
Falavam de paz e amor, de uma plena liberdade
Continuamos escravos, há uma eterna escravidão
O preto, o branco, e o índio, continuam na prisão
Você é escravo de mim, sou escravo de você
E nunca existiu a carta, que possa nos defender.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

CASA GRANDE

Casa grande, casa grande hoje não é morada
Casa grande, casa grande está triste e abandonada
Casa grande, casa grande ela desapareceu
Ela já não mais existe, porque se dono morreu
E os outros moradores que aqui sempre viveu?
Casa grande não responde, casa grande emudeceu
Nem os pássaros cantam mais, nem meu pobre sabiá
A ambruguesa ficou triste, e nunca mais quis cantar
Despediu-se os moradores, cada um foi para um canto
Com uma tristeza infinita, e o rosto banhado em pranto
Porque meu Deus permitiu? Acabar tanta esperança
Os velhos morreram todos, e o resto não ser criança
Casa grande existiria, se tivesse morador
Mas se todos foram embora, ela não aguentou
E cadê nossas saudades? As enormes fantasias
O fulgor de nosso amor, os momentos de alegria
Cadê nossos sentimentos? Cadê a nossa ilusão
Casa grande existirá mas, só no meu coração.